segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Diálogo das Águas debate os impactos da desertificação na Bahia

“Temos que voltar a fazer água”. Foi com essa frase que o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Iêdo Bezerra Sá, definiu a importância da discussão sobre Desertificação e Ágaua, tema da palestra do Diálogo das Águas que aconteceu nesta sexta-feira (25), às 15h, no uditório Paulo Jackson, na sede do Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), no Itaigara.

Segundo Iêdo, na Bahia, o semi-árido corresponde a 305 mil km2 e pelo menos 40% desta área está bastante comprometida. Para ele, a solução é proteger as nascentes e as áreas de vegetação permanente. “Desertificação e água são temas muito ligados. Um é muito importante para o outro. O ideal é fazermos com que os nossos rios tenham a mesma qualidade de antes e conservar e recuperar principalmente as matas ciliares”, afirmou.

Na oportunidade, o pesquisador citou as áreas suscetíveis e quais as atividades cujo manejo conduzem à desertificação. “O extrativismo, a exploração industrial e comercial, o pastoreio e agricultura são ações que, realizadas incorretamente e de forma excessiva, podem incentivar o processo de desertificação”, explicou.

De acordo com o pesquisador, as ações emergenciais seriam a eliminação total da descarga de esgotos, a recomposição das matas ciliares e a efetivação da política das Áreas de Proteção Permanentes (APP’s). “A água vai ser cada vez mais cara. Precisamos assegurar às atuais e às futuras gerações a disponibilidade desse recurso natural. Para isso, é necessário o uso adequado das terras no semi-árido, sobretudo pelos agricultores familiares”, completou.

Sobre o "Diálogo das Águas"

A série Diálogo das Águas, promovida pelo INGÁ, tem por objetivo estimular na sociedade a discussão sobre temas relacionados à degradação ambiental, provocada pelo homem e por seus impactos no meio ambiente e alertar sobre o avanço da escassez da água doce em diversas regiões do planeta.


Os debates acontecem sempre na última sexta-feira de cada mês e são voltados para ambientalistas, universitários, servidores públicos, dirigentes de órgãos e empresas públicas ou privadas, estudantes e demais interessados no tema.


O próximo Diálogo das Águas acontece no dia 30 de outubro e terá como convidado o coordenador do Núcleo de Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Aderval Costa Filho, que abordará o tema Gestão Participativa e Povos e Comunidades Tradicionais.

INGÁ

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