segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pindaí: Projeto da Bahia Mineração pode deixar produtores rurais sem água

Moradores do município de Pindaí, principalmente do Distrito de Guirapá, onde é produzido alho de excelente qualidade e outras culturas, estão temerosos com a implantação do Projeto Pedra de Ferro, da Bahia Mineração. O temor é que com a construção da barragem de disposição de rejeitos que deve ocupar uma área de 400 hectares e principalmente o rebaixamento do lençol freático que poderá chegar a 300 metros, a água dos poços artesianos e de pequenos lagos possam desaparecer prejudicando a vida inúmeras famílias que hoje sobrevivem da agricultura familiar.

A preocupação da população parece pertinente se observados alguns dados fornecidos pela própria empresa em seu site.

A apresentação do Projeto Pedra de Ferro diz que: "A mina e a usina de concentração apresentarão as seguintes estruturas: cava de extração de minério de ferro, planta de beneficiamento, pilha de disposição de estéril e barragem de disposição de rejeitos, além das áreas de apoio operacional.

O método de lavra a ser utilizado será de lavra a céu aberto com bancadas de 15 metros de altura e constituído das operações unitárias de perfuração, desmonte, carregamento e transporte.

O minério extraído será detonado visando desagregá-lo ao máximo, gerando assim o máximo de finos. Este procedimento implicará em uma maior produtividade dos equipamentos de carregamento e conseqüentemente um menor custo operacional. Além disso, a fragmentação do minério com geração do máximo de finos acarretará um menor consumo de energia nas operações de britagem e moagem.

O minério de ferro então será carregado por carregadeiras em caminhões fora de estrada com capacidade de transportar 218 toneladas de minério até a usina de concentração, onde o minério de ferro será britado, moído, processado e concentrado através do processo de flotação e separação magnética, onde serão retiradas a sílica e as impurezas, denominadas rejeitos do processo.

O rejeito será encaminhado por gravidade para a barragem de rejeitos, com capacidade para armazenar todo o rejeito gerado na exploração da mina.

Ao final do processo de concentração será obtido um minério de ferro com teor médio de 66% a 68% Fe. Este concentrado será encaminhado para o terminal privativo de embarque e exportado para clientes internacionais.

A produção anual projetada para a mina da Bahia Mineração é de 15 milhões de toneladas de minério de ferro com teor médio de 66% a 68% Fe."

Ainda de acordo com o site, "estudos da consultoria internacional SRK Consulting, empresa responsável pelo estudo de pré-viabilidade, a jazida do projeto Pedra de Ferro tem uma reserva estimada em 470,5 milhões de toneladas de minério de ferro com teor médio de 40% Fe. A área mineralizada possui espessura entre 30 e 120m, constituído principalmente de: itabirito compacto, itabirito friável e hematita friável".

Os dados não deixam dúvidas de que será preciso uma enorme área para a construção da referida barragem, que apesar de receber água do Rio São Francisco, deverá ter uma grande profundidade e a própria localização da reservada citada pelos estudos que exigirá o rebaixamento do lençol freático para ser retirado.

Diante da situação que vem sendo colocada a pergunta que fica para reflexão é: Vai valer a pena os poucos recursos que serão destinados ao município com a implantação do projeto da Bahia Mineração, em detrimento dos enormes danos irreparáveis que poderão ser causados ao meio ambiente e consequentemente a vida dessas pessoas?

Fonte: Farol da Cidade

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